SUMÁRIO EXECUTIVO _____

SUMÁRIO EXECUTIVO ___

Este primeiro Estado da Nação faz uma retrospetiva das principais dinâmicas na educação, emprego e competências durante a última década, identificando as principais tendências nas qualificações dos portugueses, do valor dessas qualificações no mercado de trabalho e as principais alterações no emprego em Portugal. O destaque anual vai, inevitavelmente, para o impacto da pandemia da Covid-19 no mercado de trabalho. Esta primeira edição conclui com um olhar para o futuro e a apresentação de um referencial de indicadores-chave e respetivas metas de desempenho aspiracional para um Portugal do conhecimento em 2040.









Metas para um Portugal do conhecimento em 2040 _
em 2040, ambicionamos ...
EDUCAÇÃO


ALINHAMENTO EDUCAÇÃO-EMPREGO

EMPREGO



Uma diminuição de 33 pontos percentuais face ao valor em 2019 (47,8%).

Uma diminuição de 20 pontos percentuais face ao valor em 2019 (24,8%).

Um aumento de 19 pontos percentuais face ao valor em 2019 (26,3%).

Um aumento de 23 pontos percentuais face ao valor de 2019 (37,4%).


Um aumento de 15 pontos percentuais face a valor de 2019 (10,5%).

Um aumento de 13 pontos percentuais face ao valor de 2019 (77,5%).


Uma melhoria de 9 pontos face ao ranking de 2019 dos países da europa com maior peso do emprego em setores tecnológicos e intensivos em conhecimento.
o estado da nação _
o estado da nação _
Os portugueses estão mais qualificados, mas há desajustamento entre a educação e o mercado de trabalho
Os portugueses estão mais qualificados, mas há desajustamento entre a educação e o mercado de trabalho. Uma parte substancial dos jovens com ensino superior não está empregada (19,4%) ou está a trabalhar em ocupações que não exigem este nível de ensino (15%), um indicador de que as competências que adquirem não encontram valorização adequada no mercado de trabalho. Para realizar as expectativas dos jovens e da sociedade em relação à educação, é necessário garantir o alinhamento entre a educação e o mercado de trabalho, em termos de áreas de estudo, competências desenvolvidas, duração e formato da oferta educativa.

Os portugueses estão mais qualificados, mas há desajustamento entre a educação e o mercado de trabalho
Os portugueses estão mais qualificados, mas há desajustamento entre a educação e o mercado de trabalho. Uma parte substancial dos jovens com o ensino superior não está empregada (19,4%) ou está a trabalhar em ocupações que não exigem este nível de ensino (15%), um indicador de que as competências que adquirem não encontram valorização adequada no mercado de trabalho. Para realizar as expectativas dos jovens e da sociedade em relação à educação, é necessário garantir o alinhamento entre a educação e o mercado de trabalho, em termos de áreas de estudo, competências desenvolvidas, duração e formato da oferta educativa.
Estudar compensa, aumenta a probabilidade de ter emprego e salários mais elevados, mas estas vantagens têm diminuído na última década
O salário médio real dos licenciados caiu cerca de 17% entre 2010 e 2018 e a probabilidade de os jovens estarem empregados é muito semelhante entre os diferentes níveis de ensino, principalmente entre os homens. Esta situação acarreta o risco de um incumprimento das expectativas no valor da educação e de um menor incentivo para prosseguirem a educação. É necessário que os jovens estejam informados sobre os benefícios da educação e a dinâmica do mercado de trabalho, para tomarem decisões baseadas em factos. Isto torna-se mais premente quando a maioria dos jovens diplomados ainda são os primeiros na família a terem níveis de educação mais avançados.

Estudar compensa, aumenta a probabilidade de ter emprego e salários mais elevados, mas estas vantagens têm diminuído na última década
O salário médio real dos licenciados caiu cerca de 17% entre 2010 e 2018 e a probabilidade de estar empregado é muito semelhante entre os diferentes níveis de ensino, principalmente entre os homens. Esta situação acarreta o risco de um incumprimento das expectativas no valor da educação e de um menor incentivo para prosseguirem a educação. É necessário que os jovens estejam informados sobre os benefícios da educação e a dinâmica do mercado de trabalho, para tomarem decisões baseadas em factos. Isto torna-se mais premente quando a maioria dos jovens diplomados ainda são os primeiros na família a terem níveis de educação mais avançados.
Portugal apresenta o maior gap inter-geracional da União Europeia nos níveis de qualificação da sua população ativa
Enquanto 3 em cada 4 jovens adultos têm pelo menos o ensino secundário completo (75,2%), nem metade dos adultos mais velhos concluiu esse nível de ensino (46,5%). Esse gap inter-geracional de quase 29 pontos compara com 7,9 pontos na média europeia e é o maior de todos os estados membros. Esta coexistência paradoxal de aumento de qualificações entre os jovens e uma população adulta com um grave défice de qualificações coloca desafios particulares ao sistema de ensino e mercado de trabalho em Portugal.

Portugal apresenta o maior gap inter-geracional da União Europeia nos níveis de qualificação da sua população ativa
Enquanto 3 em cada 4 jovens adultos têm pelo menos o ensino secundário completo (75,2%), nem metade dos adultos mais velhos concluiu esse nível de ensino (46,5%). Esse gap inter-geracional de quase 29 pontos compara com 7,9 pontos na média europeia e é o maior de todos os estados membros. Esta coexistência paradoxal de aumento de qualificações entre os jovens e uma população adulta com um grave défice de qualificações coloca desafios particulares ao sistema de ensino e mercado de trabalho em Portugal.
Apesar do grande défice de qualificações dos adultos, são poucos os adultos que participam na aprendizagem ao longo da vida e a maioria são os que têm um nível de educação de base mais avançado
Em 2019, foram apenas 10,5% os portugueses que participaram em educação e formação ao longo da vida, um valor que desceu ligeiramente na última década. Os que mais participam são os mais qualificados (21,2%), enquanto entre os adultos menos escolarizados apenas 4,2% participa em aprendizagem ao longo da vida. As competências dos adultos menos escolarizados podem tornar-se obsoletas à medida que o mercado de trabalho se torna mais complexo, tecnológico e baseado no conhecimento. É necessário identificar transições ocupacionais possíveis e promissoras e apostar na requalificação para manterem empregabilidade. A oferta formativa para adultos deve evoluir para atrair quem dela mais beneficiaria, fornecendo orientação e reduzindo custos de participação aos níveis financeiro e temporal.

Apesar do grande défice de qualificações dos adultos, são poucos os adultos que participam na aprendizagem ao longo da vida e a maioria são os que têm um nível de educação de base mais avançado
Em 2019, foram apenas 10,5% os portugueses que participaram em educação e formação ao longo da vida, um valor que desceu ligeiramente na última década. Os que mais participam são os mais qualificados (21,2%), enquanto entre os adultos menos escolarizados apenas 4,2% participa em aprendizagem ao longo da vida. As competências dos adultos menos escolarizados podem tornar-se obsoletas à medida que o mercado de trabalho se torna mais complexo, tecnológico e baseado no conhecimento. É necessário identificar transições ocupacionais possíveis e promissoras e apostar na requalificação para manterem empregabilidade. A oferta formativa para adultos deve evoluir para atrair quem dela mais beneficiaria, fornecendo orientação e reduzindo custos de participação aos níveis financeiro e temporal.
As mulheres são mais qualificadas do que os homens, mas a disparidade salarial continua a penalizá-las independentemente do nível de educação e área de estudo
As qualificações de ambos os géneros têm melhorado nos últimos anos, mas de uma forma diferenciada. Os homens estão em maioria entre os que abandonam a escola sem qualificações e os que escolhem vias profissionalizantes no ensino secundário. As mulheres têm maior propensão a prosseguir para o ensino superior do que os homens, incluindo ciclos de estudos longos como os mestrados e doutoramentos. No entanto, a disparidade salarial entre géneros é ubíqua e atingia os 28%, 38% e 32% entre os que têm o ensino secundário, licenciatura ou mestrado, respetivamente, sempre a favor dos homens.

As mulheres são mais qualificadas do que os homens, mas a disparidade salarial continua a penalizá-las independentemente do nível de educação e área de estudo
As qualificações de ambos os géneros têm melhorado nos últimos anos, mas de uma forma diferenciada. Os homens estão em maioria entre os que abandonam a escola sem qualificações e os que escolhem vias profissionalizantes. As mulheres têm maior propensão a prosseguir para o ensino superior do que os homens, incluindo ciclos de estudos longos como os mestrados e doutoramentos. No entanto, a disparidade salarial entre géneros é ubíqua e atingia os 31%, 37% e 32% entre os que têm o ensino secundário, licenciatura ou mestrado, respetivamente, sempre a favor dos homens.
Até 2019, o emprego tinha recuperado desde a crise financeira com alterações estruturais significativas
O emprego tornou-se mais envelhecido, qualificado e concentrado em setores de alta tecnologia e conhecimento, principalmente no setor dos serviços. Como consequência, existem competências que estão a ganhar preponderância no mercado de trabalho, com destaque para a ‘Programação e Design de tecnologia’, ‘Interpretação científica-matemática’ e ‘Análise e Avaliação de sistemas’. Em constraste, as competências mais manuais e operacionais estão a perder terreno. Estas dinâmicas põem pressão numa força de trabalho menos qualificada e com maior necessidade (mas também dificuldade) de requalificação e reforçam a necessidade de qualificar jovens e requalificar adultos nas áreas certas e com maior procura do que oferta de profissionais.

Até 2019, o emprego tinha recuperado desde a crise financeira com alterações estruturais significativas
O emprego tornou-se mais envelhecido, qualificado e concentrado em setores de alta tecnologia e conhecimento, principalmente no setor dos serviços. Como consequência, existem competências que estão a ganhar preponderância no mercado de trabalho, com destaque para a ‘Programação e Design de tecnologia’, ‘Interpretação científica-matemática’ e ‘Análise e Avaliação de sistemas’. Em constraste, as competências mais manuais e operacionais estão a perder terreno. Estas dinâmicas põem pressão numa força de trabalho menos qualificada e com maior necessidade (mas também dificuldade) de requalificação e reforçam a necessidade de qualificar jovens e requalificar adultos nas áreas certas e com maior procura do que oferta de profissionais.
A Covid-19 acelerou o potencial de desigualdade, sobretudo em termos de idades e qualificações
O emprego mais penalizado foi o dos jovens, dos menos qualificados e dos trabalhadores de alguns setores de atividade, como alojamento, restauração, agricultura e serviços administrativos. Durante a pandemia, a probabilidade de ficar desempregado aumentou em cerca de 70% para jovens, 50% para os trabalhadores menos escolarizados e duplicou para os trabalhadores do setor do alojamento e restauração. A pandemia veio relembrar e reforçar que mais educação protege o emprego e que os jovens são os mais vulneráveis em tempos de crise, por força da menor experiência profissional e de vínculos laborais menos estáveis.

A Covid-19 acelerou o potencial de desigualdade, sobretudo em termos de idades e qualificações
O emprego mais penalizado foi o dos jovens, dos menos qualificados e dos trabalhadores de alguns setores de atividade, como alojamento, restauração, agricultura e serviços administrativos. Durante a pandemia, a probabilidade de ficar desempregado aumentou em cerca de 70% para jovens, 50% para os trabalhadores menos escolarizados e duplicou para os trabalhadores do setor do alojamento e restauração. A pandemia veio relembrar e reforçar que mais educação protege o emprego e que os jovens são os mais vulneráveis em tempos de crise, por força da menor experiência profissional e de vínculos laborais menos estáveis.
A pandemia acelerou o trabalho em casa, que continua a ser uma possibilidade reservada a trabalhadores mais qualificados e experientes
62% dos trabalhadores estão em profissões com baixa probabilidade de serem exercidas em casa. Relativamente ao teletrabalho, que implica o recurso a tecnologias de informação e comunicação, esse número passa para 70%. A pandemia aumentou o teletrabalho mas de forma muito concentrada e abaixo do que seria expectável pelo potencial de teletrabalho. Não é evidente que se tenha iniciado um movimento de transição para um modelo de teletrabalho mais permanente e generalizado.

A pandemia acelerou o trabalho em casa, que continua a ser uma possibilidade reservada a trabalhadores mais qualificados e experientes
62% dos trabalhadores estão em profissões com baixa probabilidade de as exercer em casa. Relativamente ao teletrabalho, que implica o recurso a tecnologias de informação e comunicação, esse número passa para 70%. A pandemia aumentou o teletrabalho mas de forma muito concentrada e abaixo do que seria expectável pelo potencial de teletrabalho. Não é evidente que se tenha iniciado um movimento de transição para um modelo de teletrabalho mais permanente e generalizado.
A evolução de Portugal na educação, emprego e competências tem sido positiva, mas ainda subsistem enormes desafios para que Portugal se transforme numa verdadeira sociedade do conhecimento
Há o risco de coexistir escassez de competências e uma parte significativa da população com competências obsoletas. A educação e formação são a chave para se ultrapassar estes desafios e transformar Portugal numa sociedade do conhecimento. É apresentado um referencial de indicadores-chave de uma sociedade do conhecimento, organizado em 3 eixos: educação, emprego e alinhamento entre educação e emprego. Para que o país se aproxima dessa visão, são apresentadas metas de desempenho aspiracionais para 2040 que exigem uma aceleração do ritmo de progresso e ações concertadas que promovam a educação, o emprego e o alinhamento entre educação e mercado de trabalho.

A evolução de Portugal na educação, emprego e competências tem sido positiva, mas ainda subsistem enormes desafios para que Portugal se transforme numa verdadeira sociedade do conhecimento
Há o risco de coexistir escassez de competências e uma parte significativa da população com competências obsoletas. A educação e formação são a chave para se ultrapassar estes desafios e transformar Portugal numa sociedade do conhecimento. É apresentado um referencial de indicadores-chave de uma sociedade do conhecimento, organizado em 3 eixos: educação, emprego e alinhamento entre educação e emprego. Para que o país se aproxima dessa visão, são apresentadas metas de desempenho aspiracionais para 2040 que exigem uma aceleração do ritmo de progresso e ações concertadas que promovam a educação, o emprego e o alinhamento entre educação e mercado de trabalho.
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